domingo, 28 de agosto de 2011

MEIOS DE TRANSPORTE NO SÉCULO XIX NA CIDADE DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE


Não havendo, no território do município, rios navegáveis, todo o transporte de mercadorias e pessoas, da zona rural para a cidade, e desta para o RECIFE, o agreste e o sertão (antes da ferrovia), era feito por terra, utilizando eqüinos e muares, ou carros de boi.

Nas viagens longas, eram as boiadas conduzidas por tangerinos. Cavalos e muares andavam em grupos, formando comboios, ou Tropas, montados e puxados por tropeiros, conduzindo cada um 500 libras (aproximadamente 230 quilos), e perfazendo percursos até de seis léguas diariamente. 


À margem dos caminhos, da mata, do agreste e do sertão, para o RECIFE, havia pousos e currais para descanso, aguada e rações dos animais descarregados e soltos no pasto, e os tropeiros agasalhados, para breve repouso.
Redes suspensas em giraus eram os leitos preferidos. O gibão, de couro cru, protegia-lhes o corpo e a indumentária.

Transportavam os carros de bois mercadorias e pessoas, guiados pelos carreiros, que utilizavam vara de ponta aguda para acutilar o animal perro, e conduziam, à cinta, um facão rabo de galo, com que cortavam o mato, quando necessário.

Quando conduzia pessoas, ou mercadorias perecíveis com a chuva, era o carro coberto com um toldo e forrado de esteiras e colchões.
Só na segunda metade do século XIX foram introduzidos carros puxados por cavalos: Cabriolés, caleças e aranhas.

Dentro do município, eram eles usados pelos senhores de engenho, nas suas viagens à cidade.
Para o RECIFE, eram utilizados, também, carros dessa natureza, chamados de diligências, como se vê dos seguintes anúncios publicados em semanários vitorienses:

ANTÔNIO DE MEDEIROS PAIVA faz ciente ao público de que, todas as quartas-feiras, às duas horas da tarde, fará sair desta cidade para o RECIFE um carro que voltará no sábado, às mesmas horas, para esta cidade.

“O preço da passagem, ida e volta, é 14$000; ida ou volta somente, é 7$000.

“A tratar no seu HOTEL, nesta cidade”. (CORREIO DE SANTO ANTÃO,16/12/1871).

“Viagem ao RECIFE-MANOEL JOAQUIM DA SILVA dá passagem em seu cabriolé, aos domingos, à tarde, podendo ser procurado no HOTEL de VIRGULINO JOSÉ DE ALMEIDA”. (A CONVICÇÃO, 03/01/1880).

JABOATÃO era o ponto intermediário de pousada, no trajeto para a capital, como se vê das seguintes publicações:

HOTEL EM JABOATÃO - ao pé da ponte. Seu proprietário, tendo preparado o seu estabelecimento de novo, convida todos os seus fregueses, tanto da VITÓRIA, com de CARUARU, SÃO BENTO, GRAVATÁ, BEZERROS e demais lugares do centro, que costumam coadjuvá-lo, que presentemente se acha prevenido de todos os cômodos para os seus hóspedes, assim como uma grande cocheira para recolher carros e cavalos, garantindo o bom tratamento.
JOAQUIM XAVIER DA SILVA. (O VICTORIENSE-01/10/1870)

HOTEL SANTO ANTÔNIO- JOAQUIM PORTUGUÊS, proprietário do hotel próximo à ponte do sul, avisa os seus numerosos fregueses, que, de presente, é o único de JABOATÃO digno de ser freqüentado pelos bons e excelentes cômodos de que dispõe”. (CORREIO DE SANTO ANTÃO-25/04/1873).

Quando de sua visita à cidade da VITÓRIA, em 18 de dezembro de 1859, DOM PEDRO II e D. TERESA CRISTINA partiram do RECIFE às 06 horas, o Imperador, a cavalo, e a Imperatriz, em carro.

FONTE: HISTÓRIA DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
LIVRO DO PROFESSOR JOSÉ ARAGÃO

POSTADO POR JOHNNY RETAMERO

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