terça-feira, 19 de maio de 2015

Do blog do Magno Martins: Coluna da terça-feira

GOVERNADORES COM RENAN - Governadores de todo o País têm encontro amanhã, em Brasília, com o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em pauta, o debate de temas da agenda federativa, entre eles a repactuação das obrigações orçamentárias dos entes federativos para segurança pública, educação, saúde e previdência.

Com base na aprovação do novo indexador das dívidas dos estados, aprovado no fim de abril pelo Senado, Renan tem defendido que o Congresso ofereça alternativas para que os Estados consigam driblar a crise no País. Segundo ele, a proposta, que ainda precisa da palavra final da Câmara, não impactou o superávit e foi “uma solução criativa para os Estados no cenário de ajuste fiscal”.

A lista dos temas de interesse dos Estados na Câmara e no Senado é extensa. Por isso, em tempos de ajuste fiscal, hoje, um dia antes da reunião com os governadores, Renan e uma comissão de senadores se reunirão com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na pauta, o debate sobre a viabilidade de algumas propostas, entre elas a da reforma do ICMS.

A proposta de reforma do ICMS reduz as alíquotas interestaduais do imposto e garante maior arrecadação ao destino das mercadorias. Por isso, é alvo de disputa entre os Estados. Aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado em maio de 2013, o texto ainda precisa passar por duas comissões antes de seguir para o plenário da Casa.

“Esperamos uma sinalização do Governo no sentido de formalizar uma proposta para criação dos fundos de Compensação de Desenvolvimento Regional, fundamentais para viabilizar a unificação do ICMS”, diz o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que participará do encontro.

Segundo o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), além da reforma do ICMS, a retomada da agenda deve ter propostas que promovam o desenvolvimento regional e a repactuação das obrigações orçamentárias dos entes federativos. “O objetivo é auxiliar governadores na reestruturação das áreas de saúde, segurança e previdência estadual”, observa.

Apesar da importância do Pacto Federativo, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) não acredita em avanços nessa área. “Sou muito cético quanto a isso. Tivemos uma reunião [com governadores de estado] há três anos, com uma pauta extensa, que não deu em praticamente nada. Se não tiver liderança na Presidência da República para tocar o debate, é muito difícil avançarmos, porque, de pires na mão, cada um vai puxar a brasa para sua sardinha. Por isso, acho improvável que saia um projeto consistente”, explicou.

De acordo com Aloysio Nunes, é fundamental a discussão da desoneração sobre os tributos federais cobrados sobre investimentos em saneamento. “O Brasil tem metade dos subsídios e não tem acesso à rede de esgoto. É uma reivindicação unânime dos governadores e um compromisso de campanha da presidenta Dilma”, disse o tucano.

Desde a reunião lembrada pelo senador tucano, em março de 2013, o Congresso aprovou reivindicações antigas de estados e municípios, entre elas as novas regras de rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) (Lei Complementar 143/2013).

Deputados e senadores também aprovaram a Emenda Constitucional 84/2014, que aumentou em 1% o repasse de recursos pela União para o Fundo de Participação dos Municípios. O encontro com os governadores no Senado será realizado dias antes da Marcha dos Prefeitos, marcada para ocorrer, em Brasília, na próxima semana. A expectativa é que o presidente do Senado crie uma comissão para discutir propostas federativas.

POLICIAMENTO – O secretário de Defesa, Alessandro Carvalho, informou, ontem, ao deputado Miguel Coelho, da bancada estadual do PSB na Assembleia, que a segurança na região do São Francisco será reforçada com 420 policiais da Ciosac, a Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Caatinga. Também serão instaladas, segundo ele, 40 câmaras de monitoramento, além da transferência do IML de Petrolina para um prédio de maior estrutura.

CRISE SURRUPIA EMPREGOS – O deputado federal Fernando Monteiro (PP) voltou impressionado, ontem, da visita à refinaria Abreu e Lima com o grupo parlamentar que colheu informações para a CPI da Petrobras. O que mais chamou a sua atenção foi os empregos que viraram pó: em apenas um ano, 34 mil trabalhadores perderam seus empregos, saindo de 40 mil para seis mil postos de trabalho.


GRITO DA TERRA – O presidente da Fetape, Doriel Barros, que estará liderando amanhã a passeata dos trabalhadores no centro do Recife no chamado “Grito da Terra”, informa que será cobrado ao governador Paulo Câmara uma resposta clara e objetiva às propostas de reestruturação socioprodutiva da Zona da Mata e de uma política de convivência com a seca. “O Estado continua indiferente”, afirmou.

INSEGURANÇA NAS ESTRADAS – O deputado Júlio Cavalcanti, da bancada do PTB na Assembleia, denunciou, ontem, o descaso do Governo com a segurança nas estradas, destacando que a falta de policiamento passou a gerar uma onda de assaltos a ônibus, especialmente da Progresso, que monopoliza praticamente todas as linhas do Sertão, prestando péssimos serviços.

TEMAS CONSENSUAIS –Integrante da Comissão de Reforma Política na Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar (PSB) diz que o grande nó é o distritão, defendido com unhas e dentes pelo PMDB. Entre os temas consensuais, o fim da reeleição em todos os níveis, o mandato de cinco anos para todos os cargos, a coincidência das eleições a partir do ano de 2022 e a vedação às coligações nas eleições proporcionais.


CURTAS

CAMPUS – Humberto Costa teve encontro com o reitor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Julianeli Tolentino, comerciantes e lideranças políticas da região do Araripe no qual discutiu a implantação de um campus da Universidade em Ouricuri, a 200 km de Petrolina.

CORTES – Em relação ao corte no Orçamento da União, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendia um corte de R$ 80 bilhões, e Mercadante, R$ 60 bilhões. Diante das pressões, Levy já admite reduzir a envergadura do corte. Ele, porém, afirma que o Governo terá de cortar, no mínimo, R$ 70 bilhões.


PERGUNTAR NÃO OFENDE: O que é que passa hoje na proposta de reforma política na Comissão Especial da Câmara?

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